O que devemos esperar de uma faculdade de TI
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Antes de começar, quero deixar bem claro que todo conteúdo desse post é um conjunto de algumas reflexões e opiniões minhas, baseadas em minhas experiências que tive na minha época de faculdade e principalmente baseada ao ver algumas pessoas reclamando do conteúdo que suas faculdades lhe ensinam.
Não sei como são as faculdades de tecnologia fora do Brasil, mas sei que aqui no país a maioria delas (ou será que são todas?) elaboram uma ementa de matérias que em geral envolvem muita matemática, alguns cursos envolvem administração, conceitos de programação, conceitos de banco de dados, conceitos de redes e engenharia de software (que também são conceitos), é claro que pode existir outras matérias, mas apenas quero focar nessas principais.
Acredito que muitas faculdades conseguem passar esses conceitos muito bem para seus alunos, porém quando o assunto é ensinar programação em muitos casos elas ensinam na prática usando linguagens e ferramentas clássicas de tecnologia, por exemplo, ensinando programação com linguagem C/C++, Pascal, Java ou Cobol. De fato, não há problema algum em aprender essas linguagens contanto que os principais conceitos de programação sejam bem explicados. Não espere que as faculdades te ensinem usando linguagens como Ruby, Python, Go ou ECMAScript 6 do JavaScript, é claro que se elas ensinarem é melhor! Porém não é obrigação delas fazerem isso, a missão das faculdades de tecnologia é passar conceitos para que você aluno tenha no futuro a capacidade de compreender como funcionam os sistemas, e principalmente suas arquiteturas. Outra missão que a maioria das faculdades vão te passar é a estimulação prática de criação de projetos através de trabalhos apresentáveis e o tão famoso TCC (Trabalho de Conclusão de Curso) para que você aluno já se acostume desde cedo a ter o hábito de realizar pesquisas por conta própria com o objetivo de torná-lo cada vez mais autodidata, ou seja, capaz de se virar sozinho em resolver problemas, afinal um programador é solucionador de problemas.
Neste caso você pode usar as linguagens de programação que mais gosta para criar seu TCC, afinal o importante é que você estude e apresente o seu trabalho. Infelizmente ainda existem profissionais medíocres, que quando os questionam: "Por que você só sabe programar com apenas essa linguagem?" ou "Já tentou estudar essa nova?" A resposta deles é semelhante a isto: "Pois é, não aprendi isso na faculdade" ou pior "Se eu tivesse aprendido isso na faculdade eu teria um trabalho melhor". Se você tem um pensamento como esse, então esta errado! Não espere que a faculdade te dê de mão beijada tudo que você precisa, não é obrigação dela, afinal se você almeja muito aprender uma linguagem ou paradigma de programação nova e você já possui o conhecimento necessário sobre conceitos de programação, então você esta apto a correr atrás apenas estudando por conta própria (na internet tem tudo de graça e de fácil acesso) ou fazendo algum curso específico.
A mensagem que quero passar com esse post é: Seja humilde e dê valor a cada ensinamento passado pela sua faculdade. Se você ainda não domina profundamente os conceitos, nada adianta exigir que faculdade te ensine uma linguagem de programação popular só para que você garanta no futuro um bom trabalho e se você não gosta das tecnologias usadas pelas faculdades você pode por conta própria estudar algo novo em paralelo, afinal a internet tem um gigante número de livros, screencasts e blogs a favor do estudo livre, eu mesmo já aprendi Ruby, Node.js, JavaScript e Go apenas estudando suas documentações, acompanhando seus principais blogs e participando de grupos de discussões dessas tecnologias, confesso que tive algumas facilidades em aprender por conta de alguns conceitos que já sabia e também tive algumas dificuldades por conta de novos conceitos que tive que aprender sozinho, mas aprendi, apliquei na prática, isso tudo eu fiz sem culpar ninguém.
O importante é estar sempre estudando e de mente aberta para novos conhecimentos, ao invés de arranjar uma desculpa para culpar alguém a respeito de sua falta de conhecimento.